Page 27 - L&H_ed 242_digital

GESTÃO DA QUALIDADE

É TEMPO DE PLANEJAR

PARA MUDAR O FUTURO! por Maria Elizabete Mendes

stamos no final do ano e este é um bom momento para estes fatores têm para o desempenho e qual será a tendência
se começar a planejar as mudanças, que serão parte da para o futuro. Trata-se de uma forma simples de verificação da
Erotina da gestão laboratorial para 2020. O conhecimen- posição estratégica da empresa porque efetua uma síntese das
to sobre a concorrência, a avaliação do poder de negociação análises internas e externas, priorizando ações para o forta-
com os fornecedores, as ameaças trazidas pelas inovações, os lecimento dos aspectos positivos, escolha do que será melho-
novos concorrentes do mercado de atuação e o valor que o seu rado, na busca das chances de crescimento e do aumento de
laboratório agrega para os clientes, trazem a percepção da ne- oportunidades, sempre considerando os riscos e sua análise.
cessidade de mudar, estimulando dirigentes laboratoriais a se Em um processo de mudanças, é preciso considerar a
anteciparem, renovando para se adaptarem e evoluírem. etapa de transição, empregando-se outro instrumento de
gestão da qualidade, para solucionar desafios futuros: o ciclo
do PLAN-DO-CHECK-ACT. Na fase PLAN, são estudados os
Planejamento bem porquês de cada mudança, elaboram-se os planos de ações,
desenvolvido traz bons cuidando para que os riscos sejam prevenidos e os efeitos co-
acontecimentos, resultados laterais sejam minimizados. Na fase DO: deve-se sensibilizar
e engajar a todos para a aplicação dos novos métodos defi-
e muitas mudanças nidos, capacitando-os para alterarem processos, desenvolve-
para o ano novo! rem novos produtos/ serviços e implantarem novas maneiras
de gerenciar, coletando-se dados sobre o cumprimento dos
novos padrões estabelecidos. Na etapa CHECK, há verificação
Quando este processo não é parte das funções empresa- se os itens planejados estão sendo cumpridos, medindo-se
riais regulares, ele passa a ser involuntário e compulsório por- os resultados e avaliando-se a efetividade das ações. Na fase
que ocorre tardiamente, tornando-se um pré-requisito para ACT, as ações dentro das novas diretrizes planejadas se per-
a sobrevivência do laboratório. As mudanças podem ser in- petuam (quando corretas), ajustes são efetuados ou revisões
crementais (pequenas melhorias são implantadas): melhorar completas são promovidas, se necessário.
processos internos, ampliar a participação no mercado labo- A medida do sucesso de um processo de mudanças ba-
ratorial regional, aumentar sua produtividade, gerar melhores seia-se na declaração e compartilhamento de visão da mu-
resultados financeiros, melhorar as negociações com as fontes dança, na comunicação efetiva, no comprometimento e nos
pagadoras. Podem ser transformadoras (uso da inteligência bons exemplos dados por lideranças inspiradoras, na ma-
artificial dentro do negócio, alterar a forma como os clientes nutenção do ritmo de transformações propostas, na análise
veem a empresa, focar num nicho de mercado, atuar em ou- constante do desempenho em cada etapa da jornada, na in-
tro país). Outras podem trazer uma evolução para o negócio corporação das mudanças no cotidiano do laboratório e da
(criar outras unidades de negócio, gerar melhores condições celebração de resultados positivos alcançados.
de trabalho para os colaboradores, investir nas boas práticas Planejamento bem desenvolvido traz bons acontecimen-
de patologia clínica, estabelecer uma política de valorização e tos, resultados e muitas mudanças para o ano novo!
retenção de talentos). Mudanças revolucionárias ocorrem com:
novas propostas e estratégias, a parceria com um grande labo-
ratório, uma inovação disruptiva, um novo modelo de gestão
introduzido ou um novo mercado de atuação. MARIA ELIZABETE MENDES
As transformações requerem avaliação do estado atual do é médica patologista clínica, doutora em Medicina-Patologia,
administradora hospitalar, responsável pelo Núcleo de
laboratório, fazendo-se um diagnóstico. Recomenda-se uma Qualidade e Sustentabilidade da Divisão de Laboratório
análise do cenário através da matriz SWOT (forças-fraquezas Central do HCFMUSP, chefe da Seção Técnica de Bioquímica
de Sangue da Divisão de Laboratório Central do HCFMUSP.
- oportunidades e ameaças). Esta ferramenta de gestão e de
planejamento possibilita a análise dos pontos contribuintes Contato: m.mendes@hc.fm.usp.br
para o sucesso ou fracasso, identificando-se o impacto que

26