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ARTIGO CIENTÍFICO GESTÃO LABORATORIAL
práticas no nível da atenção secundária e qual a contribuição conhecimento através de sistemas de informação. Por
da atenção secundária para melhores práticas em saúde. exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca
Dentre estas categorias foram descritos os seguintes ele- os sistemas de informação em saúde (SIS) para o gestor
mentos: população; região; território; sistema operacional e poder adquirir conhecimento sobre produtos médicos, va-
modelo de atenção. cinas e tecnologias, financiamento, liderança, prestação
Dentre os resultados obtidos, algumas situações mere- de serviços e profissionais de saúde. Portanto, os indica-
cem destaque, tais como: falta de clareza quanto ao tipo de dores e estatísticas permitem que os gestores identifi-
serviço prestado nos pontos de atenção do nível secundá- quem avanços, problemas e necessidades, e tomem deci-
rio, distância dos serviços e o inadequado sistema de sões baseadas em evidências sobre políticas e programas
transporte para os demais pontos de atenção da rede de de saúde (LIMA, 2015).
serviços e nos sistemas de comunicação foram detecta- Além das informações em saúde, é importante que
dos ruídos internos ou via Sisreg, bem como dificuldade haja informações na gerência do sistema de saúde, me-
de acesso da população aos serviços oferecidos. Notou-se diante a análise dos indicadores de saúde que são medi-
também uma carência de qualificação e de capacitação das sintéticas, as quais contêm informações relevantes
dos profissionais para atuar nesse nível de atenção (ERD- sobre determinados atributos e dimensões do estado de
MANN, ANDRADE, MELLO, DRAGO, 2013). saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde
As boas práticas adotadas constituem um conjunto de (LIMA, 2015). Com isso, o gestor passa a ter um recurso a
técnicas, processos e atividades entendidas como melhores mais para a correta tomada de decisão.
para realizar determinada tarefa. Alguns aspectos positivos
foram apontados na pesquisa: as consultas eram feitas com
horário agendado, profissionais atenciosos e garantia de re- No contexto atual de
torno em alguns dos pontos de atenção. A utilização do sis- saúde do Brasil, existe uma
tema de informação (prontuário eletrônico e Sisreg) é consi-
derada uma boa prática. A iniciativa de utilização de um tripla carga de doenças
método comum de classificação de risco pelos pontos de advindas da transição
atenção, sob gestão municipal e estadual, foi caracterizada demográfica e epidemiológica
também como boa prática (ERDMANN et al, 2013).
Os sistemas fragmentados têm sido um desastre sanitá- que o país enfrenta e, com
rio e econômico em todo o mundo (MENDES, 2011). Sendo a isso, é necessária a integração
APS a porta de entrada do indivíduo para a RAS, há dificul- dos serviços de saúde tanto
dade em encaminhar pacientes para serviços específicos
nos pequenos municípios com base em pesquisas quantita- público como privado
tivas realizadas. Já a atenção secundária é caracterizada
como o “gargalo” na efetivação da RAS (OLIVEIRA, et al,
2010). É necessário fazer o mapeamento da rede de serviços A gestão da saúde requer a tomada de decisões de ele-
de saúde e definir critérios de fluxos e contrafluxos de aten- vada responsabilidade e relevância social. As informa-
dimento (SILVA, 2011) e que uma das principais estratégias ções providas pelos indicadores de saúde fornecem o em-
para a integração dos níveis assistenciais inclui a criação e basamento necessário ao planejamento, à execução e à
fortalecimento de estruturas regulatórias no interior das se- avaliação das ações realizadas, na medida em que propi-
cretarias municipais (OLIVEIRA et al, 2010) ciam o conhecimento sobre aspectos relevantes da popu-
O planejamento e controle são essenciais para orien- lação, reduzem o grau de incerteza sobre sua situação de
tar o gestor de saúde. Os indicadores de saúde refletem o saúde e apoiam a busca de possíveis soluções e providên-
quadro real das condições de saúde de uma população ser- cias (LIMA, 2015).
vindo de orientação para os serviços de planejamento e Nos últimos tempos, a gestão de pessoas vem sendo
controle inerentes aos gestores. um modelo a ser seguido pelo gerenciamento hospitalar,
Atualmente não se fala em gerenciar alguma coisa visando a uma maior acreditação dada pela Organização
sem o auxílio da informação, pois ela possibilita que o ges- Nacional de Acreditação (ONA). Esse modelo gerencial
tor possa agir de forma estratégica e eficiente, produzindo visa a uma maior humanização do atendimento, em que a
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