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ARTIGO CIENTÍFICO GESTÃO LABORATORIAL






          integralidade  entre  as  áreas  junto  com  a  comunicação   CONSIDERAÇÕES FINAIS
          eficiente, busca um atendimento de boa qualidade (SI-  A definição das competências do gestor de saúde, tais
          MAN et al, 2015).                               como: liderança, comunicação, organização, planejamen-
            Destacam-se também as ofertas de cursos por algu-  to, agilidade, bom relacionamento, conhecimento, criati-
          mas empresas aos seus funcionários, com duração média   vidade e capacidade de motivação, formadoras do perfil
          de  três  meses  e  o  objetivo  destes  é  de  ter  profissionais   do gestor, assim como as discussões sobre a gestão de tais
          mais qualificados sem que os mesmos tenham que bus-  serviços  de saúde  são  essenciais para a qualificação da
          car outros cursos fora da empresa. Apesar  de  inovador,   rede de assistência. (PEITER, CAMINHA, OLIVEIRA, 2016).
          vale ressaltar que são minoria no Brasil empresas que   A literatura demonstra ainda os benefícios que a for-
          ofertam esses cursos dentro da sua estrutura, porém onde   mação direcionada a esta linha de trabalho proporcionam
          são aplicados os colaboradores se sentem mais motiva-  para o processo de gestão, evidenciando a necessidade de
          dos. Ainda, em se tratando da motivação, esta também é   estabelecimento das competências do gestor local de saú-
          algo que o hospital prioriza na sua gestão de pessoas, jun-  de. Tendo em vista a crescente valorização e reconheci-
          to com a premiação dos funcionários quando uma meta é   mento  da  importância  do  nível  primário  da  atenção,  a
          alcançada (DUTRA, ZUPPANI, NASCIMENTO, 2014).   análise da gestão de tais serviços de saúde mostrando es-
                                                          sencialidade para a qualificação da rede de assistência e
                                                          diminuição das fragilidades para a coordenação do cuida-
          É ressaltado que os                             do e problemas em organizar o fluxo de pacientes para
          gestores utilizam pouco                         uma adequada atenção à saúde, que atualmente se mostra
                                                          com frágeis instrumentos de integração e importantes
          os sistemas de informação                       barreiras ao acesso à atenção especializada, que limitam

          no planejamento e                               o grau de integração da atenção primária na RAS, frag-
          controle de suas unidades,                      mentando o cuidado (VIEIRA, GAZZINELLI, 2017).
                                                             Com relação à atenção secundária, expõe-se um papel
          abrangendo assim                                imprescindível na resolubilidade e integralidade do cui-

          a percepção de que os                           dado, de ampliação do acesso às consultas e procedimen-
          sistemas de informações                         tos especializados, que tentam articular os pontos da RAS
                                                          que tradicionalmente encontram-se distantes. A identifi-
          em saúde configuram um                          cação de dificuldades nos elementos que compõem a mo-
          instrumento técnico                             delagem da RAS permitiu localizar os atuais problemas do
          burocrático                                     nível da atenção secundária em relação à população/terri-
                                                          tório, sistema operacional e modelo de atenção, que cons-
                                                          tituem desafios a serem superados. Há que se aprimorar
                                                          ferramentas  de  planejamento,  estabelecer  protocolos  e
            É notório como a estratégia de gestão de pessoas (GP)   melhorar a capacidade dos serviços, em termos de acesso
          quando tratada como uma prioridade por uma empresa   e variabilidade de oferta. (ERDMANN et al, 2013).
          atualmente é um diferencial no mercado competitivo   É ressaltado que os gestores utilizam pouco os siste-
          atual. O panorama competitivo está mudando, e com di-  mas  de  informação  no  planejamento  e  controle  de  suas
          ferentes modelos de competitividade, demandam capa-  unidades, abrangendo assim a percepção de que os siste-
          cidades organizacionais por parte das empresas, visando   mas de informações em saúde configuram um instrumen-
          a um melhor atendimento a seus clientes e se diferen-  to técnico burocrático, cuja única interação com suas uni-
          ciam de seus concorrentes. Ulrich et al (1991) destacam   dades é representada pelo esforço em alimentar os dados
          que essas capacidades vieram a partir da redefinição e   solicitados. Muitas vezes, as ações de saúde são planeja-
          redistribuição de práticas, funções e profissionais de GP;   das em função exclusivamente da demanda espontânea
          enfatiza-se também que, para se destacarem, as organi-  dos usuários e trazem maiores dificuldades e limitações
          zações têm que adicionar valor a investidores, clientes e   para  uma  utilização  mais  efetiva  das  informações  em
          funcionários, que são considerados os principais valores   saúde, a lentidão dos sistemas; o número reduzido de pro-
          das organizações.                               fissionais; a falta de capacitação periódica; e a pouca inte-

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